A Macambira, cientificamente conhecida como Bromélia laciniosa, é uma planta fascinante da família das bromeliáceas, nativa da região Nordeste do Brasil. Esta planta é um verdadeiro símbolo da resistência e adaptabilidade da flora da Caatinga, um bioma caracterizado por seu clima semiárido e vegetação espinhosa. Pertencente à família das bromeliáceas, essa espécie é bastante apreciada tanto em ambientes naturais quanto em paisagismo urbano.
Características da Macambira
A Macambira é uma planta herbácea que cresce em forma de roseta, com folhas longas e espinhosas que podem atingir mais de um metro de comprimento. As folhas que podem atingir mais de um metro de comprimento por vinte centímetros de largura, espinhos duros, e um rizoma que fornece uma forragem de ótima qualidade. São adaptadas para minimizar a perda de água, uma característica essencial para sobreviver nas condições áridas da Caatinga. A planta possui raízes finas e superficiais que absorvem a umidade do ar e do solo, permitindo que ela prospere mesmo em períodos de seca prolongada.
Em se tratando de cor, a macambira pode ser verde-claro, verde mais escuro, verde cinza, violácea ou amarela, dependendo, entre outros fatores, da umidade do ar e do solo. Em locais mais abertos e expostos ao sol, a face ventral das folhas pode-se apresentar violácea ou roxo-escuro.
Os frutos, amarelos quando maduros, exalam um odor ativo e característico, assemelhando-se a um cacho de bananas pequenas. E suas bagas medem de três a cinco centímetros de comprimento, e têm um diâmetro que varia de dez a vinte milímetros.
Tamanho e Crescimento
A macambira pode atingir até 1 metro de altura, dependendo das condições de crescimento. Ela é uma planta de crescimento relativamente lento, mas sua resistência e capacidade de adaptação a diferentes ambientes a tornam uma escolha popular para jardins e paisagens.
Habitat Natural
A Bromelia laciniosa é nativa das regiões tropicais e subtropicais do Brasil, especialmente em áreas de caatinga e campos abertos. Ela é uma planta xerófila, o que significa que é adaptada a ambientes áridos, armazenando água em suas folhas. Essa característica a torna ideal para o cultivo em regiões com clima seco.
A macambira está presente nas caatingas do Nordeste, da Bahia ao Piauí. A planta costuma crescer debaixo das árvores ou em clareiras.
Usos e Importância
A Macambira tem múltiplos usos, tanto para a fauna quanto para os seres humanos:
- Artesanato e Utilidades: Do limbo das folhas da macambira, os sertanejos retiram as fibras aproveitáveis. Com golpes precisos de facão, os espinhos são retirados e, depois, juntam-se as folhas em grandes feixes, que fica macerando durante vários dias. Quando amolecem as partes fermentáveis, as folhas são retiradas da maceração, batidas, espremidas, lavadas e colocadas em jiraus para secar ao sol. Todo esse processo exala um forte mau cheiro, tendo que ser feito bem longe das casas. Caso seja realizado às margens de rios, os pequenos peixes morrem embebedados. Meu avô, Sr. Nascimento Tomé, fazia vassouras da fibra da macambira. Existe, ainda, outro processo para se extrair as fibras da macambira. Trata-se de um método árduo, através do qual a folha é arrastada sobre o arame de um aparelho conhecido por "tiralinho"; depois é esmagada e passada entre os dentes de um pente metálico, para se retirar toda a parte mole. A partir daí, as fibras descobertas são lavadas, penteadas, e colocadas para secar.
- Alimentação Animal: Durante os períodos de seca, as folhas da Macambira são queimadas para remover os espinhos e depois utilizadas como forragem para o gado.
- Alimentação Humana: O sertanejo corta algumas folhas, no ponto em que começam a se alargar, para alcançar a cabeça da macambira. Várias cabeças são amarradas umas às outras, formando-se atilhos que os burros transportam em suas cangalhas; ou os próprios caboclos carregam nos ombros, quando não dispõem dos animais. O trabalho de apara é bem árduo: há que retirar os espinhos, recortar as bordas, e fazer a despela, ato que consiste em levantar a epiderme, guarnecida de forte cutícula, com a ponta de uma faca. E as capas são piladas visando separar a fécula das fibras. A massa bruta é batida, espremida e lavada em água, várias vezes, para retirar o máximo possível do "furtume". Isto tudo deixa as pessoas com os dedos muito feridos, devido à ação corrosiva daquela substância. Após a decantação, a massa de cor branca, é envolvida em um pano, passada em uma prensa rudimentar para escorrer o restante de água, e colocada ao sol para secar. Com a massa, em uma cuscuzeira, os sertanejos fazem um pão semelhante ao de milho. Costuma-se adicionar um pouco de farinha de mandioca à massa, para aumentar a liga e diminuir o travo no gosto. A massa também é comida em forma de pirão, com leite, ou carnes, que advêm da caça de animais presentes nas caatingas: cotia, gambá, tatu, teju, veado-catingueiro, preá e aves (pomba, asa-branca, quenquém e juriti). A massa pode ser estocada de um ano para outro. Em tempos de penúria extrema, a macambira auxilia a sobrevivência do sertanejo e dos rebanhos.
- Controle de Erosão: Suas raízes ajudam a estabilizar o solo, prevenindo a erosão em áreas vulneráveis
- Ornamental: Devido à sua aparência exótica e vibrante, a macambira é frequentemente utilizada em paisagismo. Pode ser cultivada em jardins, vasos ou como parte de arranjos florais. Sua resistência a condições adversas a torna uma excelente opção para quem deseja um toque de natureza em áreas urbanas.
- Medicinal: Na medicina popular, a macambira é utilizada por suas propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes. Infusões feitas com suas folhas são utilizadas em tratamentos caseiros, embora seja sempre importante consultar um profissional de saúde antes de utilizar plantas para fins medicinais.
Cuidados e Cultivo
Solo
A macambira prefere solos bem drenados, ricos em matéria orgânica. Uma mistura de terra comum com areia ou perlita pode oferecer a drenagem necessária para o seu crescimento saudável.
Luz
Essa bromélia se desenvolve melhor em locais com luz indireta, mas também tolera exposição direta ao sol. A quantidade de luz ideal pode variar, portanto, é importante observar a planta e ajustar conforme necessário.
Rega
Como uma planta xerófila, a macambira não necessita de regas frequentes. O ideal é regá-la apenas quando o solo estiver completamente seco, evitando o encharcamento que pode levar ao apodrecimento das raízes.
Conclusão
A macambira, ou Bromelia laciniosa, é uma planta que une beleza, versatilidade e resistência. Com seu papel significativo no ecossistema e suas diversas aplicações, ela merece um lugar de destaque tanto em nossos jardins quanto em nosso conhecimento sobre a flora brasileira. Ao cultivar essa bromélia, não apenas embelezamos nossos espaços, mas também contribuímos para a preservação da biodiversidade.
Se você está pensando em adicionar a macambira ao seu jardim, lembre-se de que, com os cuidados certos, ela pode se tornar uma peça central impressionante e duradoura.
Eu copiei uma foto do seu blog para divulga-la no meu blog (http//exploradordosertao.blogspot.com)
ResponderExcluirMuito show..como posso conseguir sementes? ?
ResponderExcluirMuito show..como posso conseguir sementes? ?
ResponderExcluirOla biofontes posso conseguir essa planta para em tamanho menor e enviar por correio
ExcluirQualquer interesse me chama no Gmail jonhson.torres@gmail.com
ExcluirNão é utilizada a sementes para a propagação, e sim por filhotes q saem de sua base. Estações.
ExcluirQuis dizer estalões.
ExcluirSó uma correção, a planta que aparece na primeira foto não é uma macambira, mas sim uma outra espécie de Bromélia chamada de Gravatá (no caso da variedade da foto, gravata-de-corrente)
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