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Urucu - Bixa orellana


Classificação Botânica:


Nome Científico: Bixa orellana
Sinonímia: Bixa acuminata, Bixa americana, Bixa odorata, Bixa platycarpa, Bixa tinctoria, Bixa katangensis, Bixa purpurea, Bixa upatensis, Bixa oviedi, Bixa urucurana, Orellana americana, Orellana orellana, Bixa arborea.
Nome Popular: Urucum, urucuzeiro, açafrão, açafrão da terra, açafroa, achicote, achiote, achote, bija, bixa, colorau, orucú, tintória, urucú, urucú-da-mata, urucú-bravo, urucuuba, uru-uva.
Família: Bixaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: América Tropical
Ciclo de Vida: Perene

Etimologia:


"Urucu" e "urucum" originam-se do tupi transliterado uru'ku, que significa "vermelho", numa referência à cor de seus frutos e sementes.

Em cultura SÓLIDA lusófona, chama-se ainda açafroa e também colorau (forma imprópria, a designar especificamente o condimento, também o corante, preparados à base de sementes do urucu trituradas ao pó, puras e/ou misturadas a outras).
Noutras culturas, chama-se: orleansstrauch (alemão), achiote ou onoto (espanhol), rocou (francês) e achiote ou annatto (inglês).


Características:


Urucu, ou urucum, é o fruto do urucuzeiro ou urucueiro (Bixa orellana), arvoreta da família das bixáceas, nativa na América tropical, que chega a atingir altura de até seis metros. Apresenta grandes folhas de cor verde-claro e flores rosadas com muitos estames.
Seus frutos são cápsulas armadas por espinhos maleáveis, que se tornam vermelhas quando ficam maduras. Então se abrem e revelam pequenas sementes dispostas em série, de trinta a cinquenta por fruto, envoltas em arilo também vermelho.

Uso:


O urucu é utilizado tradicionalmente pelos índios brasileiros (juntamente com o jenipapo, de coloração preta) e peruanos, como fonte de matéria prima para tinturas vermelhas, usadas para os mais diversos fins, entre eles, protetor da pele contra o sol e contra picadas de insetos; há também o simbolismo de agradecimento aos deuses pelas colheitas, pesca ou saúde do povo. No Brasil, a tintura de urucu em pó é conhecida como colorau e usada na culinária para realçar a cor dos alimentos. 
Esta espécie vegetal ainda é cultivada por suas belas flores e frutos atrativos. Ao passar urucu na pele, ele penetra nos poros e, ao longo do tempo, a pele passa a ter uma tonalidade avermelhada constante e definitiva. Isso acontece pois os poros se entopem de urucu e não conseguem mais eliminá-lo.
O urucu foi levado para Europa desde o século XVII, é mundialmente empregado como corante de diversos fins, principalmente na indústria alimentícia. Com o banimento do uso de corantes alimentícios artificiais na União Européia, por prováveis efeitos cancerígenos, por exemplo a anilina, é intensamente importado da América tropical e África, além de quase não ter sabor.

Na culinária: como condimento e também colorante, emprega-se sob a forma de pó obtido por trituração das sementes, usualmente misturadas a certo teor de outros grãos também triturados, devido ao arilo que envolve as sementes, que fornece matéria corante vermelha característica, como na casca dos queijos: leyden, queijo-do-reino e outros. É apreciado pela quase ausência de sabor e por não apresentar os efeitos prejudiciais dos corantes artificiais;
Na cosmética: empregam-no os ameríndios tropicais no preparo de tinturas para pintar o corpo, com a finalidade de proteção contra o rigor do sol (confere proteção contra radiação ultravioleta);
Na medicinal:
Indicações: Problemas respiratórios, cardiovasculares e digestivos, hemorróidas, desinfecção de ferimentos e queimaduras na pele, febre e inflamação em geral.
Propriedades: Antibiótica, hemostática, antiinflamatória, antioxidante, antipirética, cardiotônica, cicatrizante, depurativa, digestiva e expectorante.
Partes usadas: Frutos, sementes e raízes.

Composição Química:


As sementes do urucu contêm celulose (40 a 45%), açúcares (3,5 a 5,2%), óleo essencial (0,3% a 0,9%), óleo fixo (3%), pigmentos (4,5 a 5,5%), proteínas (13 a 16%), alfa e beta-carotenos e outros constituintes.
Possuem, também, dois tipos de pigmentos:
A bixina, de cor vermelha e solúvel em óleo;
A orelhena, de cor amarela e solúvel em água.
Para informação nutricional, 100 g de semente de urucu contêm:
    • Cálcio    7,00 mg
    • Ferro    0,80 mg
    • Fósforo   10,00 mg
    • Vitamina A   15,00 µg
    • Vitamina B2    0,05 mg
    • Vitamina B3    0,03 mg
    • Vitamina C     2,00 mg


Cultivo:


Devem ser cultivadas sob sol pleno, em solo fértil, bem drenado, e enriquecido com matéria orgânica. Árvore tipicamente tropical, não se adapta a países de clima temperado. Não tolera frio ou geadas. Multiplica-se por sementes e por estaquia.

Receitas:


Colorau:
Aqueça numa frigideira, em fogo baixo, 1 colher (sopa) de óleo de soja ou girassol com 250 g de sementes maduras de urucum, mexendo sempre. Assim que tiver quente (nunca fumegante), passe para uma tigela ou almofariz, junte 250 g de fubá bem fino (ou farinha de mandioca bem fina) e vá amassando (esfregando) com mão de pilão até o fubá ficar bem vermelho e as sementinhas já desprovidas da camada vermelha. Passe por uma peneira fina e conserve em vidro escuro bem fechado. No frango, só adicione o colorau quando já estiver bem fritinho, para não embolar (lembre-se que tem fubá).
Óleo de Urucu:
Ingredientes:
- 1 xícara de óleo de milho ou girassol
- 1 colher de sopa de urucum em grão.
Modo de fazer:
Lave as sementes de urucum, e deixe de molho em água, por 1/2 hora.
Escorra bem. Enxugue ligeiramente com papel toalha, as sementes devem ficar úmidas, porém sem gotas de água, para não espirrar. Aqueça o óleo, juntamente com 1/2 dúzia de sementes de urucum. Quando essas sementes começarem a soltar tinta, coloque o restante do urucum, e mexa bem. Quando o óleo começar a ferver, apague o fogo e abafe.
Cuidado, as sementes não podem começar a escurecer. Se notar que estão escurecendo, apague o fogo imediatamente. Quando esfriar, coe o óleo e descarte as sementes.
Esse óleo de urucum é usado para fazer a moqueca capixaba, e é de uma bonita cor avermelhada. Experimente também para fazer sua farofa. Fica igual à dos restaurantes, bem amarelinha. Conserve esse óleo em vidros bem tapados, até ser usado.
Dica: CUIDADO. As sementes secas, colocadas no óleo quente, estouram igual pipoca

Fontes:


http://www.botanicalgarden.ubc.ca/potd/2009/11/bixa_orellana.php
http://pt.wikipedia.org
http://natural.enternauta.com.br/


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